Mecanismos Regulatórios do Estado: CVM aperta o controle de risco das empresas
Grandes e tradicionais empresas nacionais, como Sadia e Aracruz, foram tragadas pelos prejuízos causados por derivativos "tóxicos" em meio à crise financeira global e a responsabilidade por investimentos de alto risco foi objeto de disputas judiciais entre conselhos de administração e executivos financeiros. A regulação que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está prestes a adotar, como parte da mudança da instrução 202, de 1993, torna mais difíceis a repetição de aventuras como as que quase afundaram dezenas de empresas nacionais. Ela aperfeiçoa a obrigatoriedade de divulgação da política de gerenciamento de riscos, com a discriminação dos investimentos e a definição das responsabilidades pelas decisões nas aplicações.
Com o novo sistema de registro, a CVM vai exigir que as companhias abertas revelem sua política para gerenciamento de riscos de mercado complementando uma instrução de 2008 (a 475), feita as pressas em meio ao pânico para remediar a escassez de informações sobre exposição a riscos. Investimentos realizados em outras sociedades e a explicação de sua importância para a empresa tornaram-se informações obrigatórias. Em toda emissão de títulos (ações, debêntures etc.), essas informações deverão constar do material de divulgação aos investidores. (págs. 1 e D1)
Correio Brasiliense